domingo, 6 de janeiro de 2013


Ordovícico


Na escala de tempo geológico, o Ordovícico é período da era Paleozóica e do éon Fanerozóico que está compreendido entre aproximadamente 488,3 Ma e 443,7 Ma atrás. Sucede o período Câmbrico e precede o Silúrico.

Os limites do Ordovícico são marcados com base em graptólitos.

Fig. 1 – Graptólitos
  
Na tabela 1, podemos observar as séries que constituem o Ordovícico:

Período
Série

 Ashgil

Caradociano
Ordovícico
 Landeleilo
Lanvirneano

Arenigiano

Tremadociano

Paleogeografia

A maior área continental era o continente Gondwana, localizado no pólo Sul. Havia um único grande oceano, o Pantalassa.

No Ordovícico médio ocorreu transgressão principal.

Clima

Caracterizava-se por temperaturas amenas e atmosfera muito húmida. Descida global da temperatura, causando glaciação , apesar de nos trópicos se manter cilma temperado.

Estas alterações, causaram as extinções maciças. Cerca de 60%  de todos os géneros e 25% dos invertebrados marinhos extinguiram-se.

Fauna e Flora

Os invertebrados marinhos foram os animais dominantes:graptozoários, trilobites e branquiópodes. Com eles, viviam algas vermelhas e verdes, peixes primitivos, cefalópodes, corais, crinóides, e gastrópodes. Os graptólitos, comuns nesse período, são ótimos fósseis guia, permitindo definir biozonas.


Apareceram os primeiros vertebrados e animais gigantescos, como artrópodes marinhos de 2 metros, além dos primeiros peixes sem mandíbula e com pares de barbatanas.

Fig.2 - Braquiópode 


Fig.3 - Cefalópode



Fig.4 - Trilobite


Referencias Bibliográficas:

Vera Torres, J A (1994), Estratigrafia, Principios y Métodos. Madrid: Editorial Rueda.
Desconheicido. (2012). Retirado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ordoviciano



Silúrico 


Na escala de tempo geológico, Silúrico é o período da era Paleozoica do éon Fanerozoico que está compreendido entre aproximadamente 443,7 Ma e 416 Ma atrás. Sucede o período Ordovícico e precede Devónico.


 Durante a década de 1830, o grande geólogo Inglês Sir Roderick Murchison Impey quando estudava estratos fossilíferos de afloramentos nas colinas do sul do País de Gales nomeou esta fase geológica de Silúrico devido aos Silures, uma tribo celta que viveu ao longo do que é hoje a fronteira galesa-Inglês.



Na tabela 2, podemos observar as séries que constituem o Silúrico:


Período
Série

Pridoli
Silúrico
Ludlow

Wenlock
Llandover


Paleogeográfica

A gigantesca região de Gondwana começou a circundar o globo e colidiu com a região norte da Laurentia, começou-se a levantar montanhas e a forjar um novo supercontinente, Laurásia.

A formação de calcários de Much Wenlock na Grã-Bretanha revela um dos mais diversificados e bem conservados conjuntos fósseis conhecidos, com mais de 600 espécies de invertebrados gravado tal como a formação de Much Wenlock de Gales e a Borderland Welsh contém uma fauna diversificada de mais de 600 espécies (principalmente crinóides, corais, braquiópodes, trilobitas, algas e briozoários) depositados durante o início Siluriano, quando essa área era coberta por uma plataforma marítima relativamente quente e pouco profunda.


Clima

O siluriano ficou marcado pelo degelo das calotes polares e subida do nível medio do mar. O clima do siluriano era semelhante ao de hoje, a terra entrou numa fase de efeito de estufa, com mares quentes e pouco profundos nas zonas tropicais.

  
Fauna e Flora
Após o evento de extinção massiva no Ordoviciano houve uma recuperação rápida da fauna de invertebrados durante o Siluriano a dinâmica biológica e ecológica era semelhante à do Ordoviciano mas mais diversificada. A fauna era composta principalmente por trilobites, crinóides, euriptéridos (escorpiões marinhos) e cefalópodes.

Surgiram os recifes de corais e os primeiros peixes com mandibula, os artrópodes invadiram o ambiente terrestre, aparecem também animais e plantas em áreas continentais já no final do período, o siluriano ficou também marcado pelo aparecimento das amonoides.

Em relação a fauna este período marca o aparecimento das primeiras plantas terrestres.

Fig. 1 - Eurypterus (escorpião marinho)

Fig. 2 - Cephalaspis  (peixe)






Fig. 2 - Cephalaspis  (peixe)

Fig. 2 - Orthoceras regulare (cefalópode)


          
Fig. 2 - Cooksonia (1ª planta vascular conhecida)



Referencias Bibliográficas:

Vera Torres, J A (1994), Estratigrafia, Principios y Métodos. Madrid: Editorial Rueda.
Desconheicido. (2012). Retirado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Siluriano









Era mesozoica



Mesozoico é a era do éon Fanerozoico que está compreendida aproximadamente entre 251 e 65,5 Ma atrás. Provem de uma palavra grega que significa 'meio animal' por ser esta era que é conhecida pelo aparecimento e desaparecimento dos dinossauros, amonites plantas com flor.

Na tabela 1, podemos observar os períodos da era Mesozoica, assim como as respectivas idades, clima, fauna e flora.


Era
Período
Ma
Clima
Fauna e Flora



Cretácico


145-65
Quente e seco
Plantas com flor, plantas rasteiras. Mamíferos e aves.



Mesozóico


Jurássico


208-145
Quente e húmido
Plantas com flor, sequóias. Dinossauros, primeiras aves e primeiros mamíferos.



Triássico


251-208
Quente e seco
Coníferas. Corais, amonites, moluscos bivalves, dinossauros, primeiros anfíbios, primeiras tartarugas.


Jurássico

O jurássico é o período da era mesozoica este divide-se em época jurássica inferior (ou Lias), jurássica media (ou Dogger), jurássica superior (ou Malm), sendo o jurássico superior, o limite superior do mesozoico e o jurássico inferior, o limite inferior.
O nome Jurássico é devido as montanhas Jura, dos alpes franceses, contém grande quantidade de rochas deste período.



tabela 2, podemos observar as épocas que constituem o Jurássico e a sua idade


Período
Época
Ma

Superior
161.200 - 145.500
Jurássico
Médio
175.600 - 161.200

Inferior
208.000-175.600



Paleogeografia

Com o aumento do nível dos oceanos, terras altas foram encobertas pela água, o que dividiu a Pangeia em dois continentes, Laurásia e Gondwana, tornando o clima mais húmido.


Bajociano


É um andar do Jurássico Médio, sucede o andar Aaleniana e antecede o andar Bathoniana, que está compreendido entre 171.600 e 167.700 Ma, aproximadamente.

O Bajociano é o andar que marca a abertura do Atlântico Sul, pelo menos assim se pensa, porem se isso fosse realmente o caso, não haveria amonites Aalenian no Cabo Mondego. 

Provavelmente o que se pretende é dizer que o Bajociano marca o primeiro período, durante o qual os cratões norte-americanos e Africano foram separados por uma quantidade mensurável de oceano profundo crosta.

Os fosseis mais abundantes do Bajociano são bivalves e braquiópodes assim como as amonites ​​e belemnites, abundantes em torno dos recifes do início do Mesozoico em que os corais cresceram preenchido por esponjas calcárias.

O Cabo Mondego situado na figueira da foz a cerca de 200 km norte de Lisboa foi declarado em 1996, o estratótipo do limiar Aaleniano-Bajociano pela IUGS  (Internacional Union of 
Geological Sciences), nesta zona do Cabo Mondego podemos observar o maior afloramento do jurássico na Europa composto por sedimentos de margas, calcários, e arenitos este afloramento abrange uma serie sedimentar marinha e fluvial-lacustre,

O Bajociano começa no nível onde a Hyperlioceras amonite substitui os Lioceras Aaleniana perto do antigo farol do Cabo Mondego, na costa atlântica de Portugal, branquiópodes e pegadas de dinossauros (Icnofósseis), são também fosseis que se podem encontrar nesta zona referente ao Bajociano, algumas destas em excelente estado de conservação.

                                             

   Fig. 1 - Amonite do Cabo do Mondego                                                 Fig. 4 - Pegada de dinosauro



Referencias Bibliográficas: 

Vera Torres, J A (1994), Estratigrafia, Principios y Métodos. Madrid: Editorial Rueda.

Desconhecido. (2012). Retirado de: http:///wiki/Cabo_Mondego
Desconhecido. (2012). Retirado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mesozoico
Desconhecido. (2012). Retirado de:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Tri%C3%A1ssico






Correlação Geológica


Operação fundamental em Estratigrafia – estabelecimento de correspondência temporal, ou contemporaneidade, entre unidades litológicas mais ou menos afastadas geograficamente.
Comparação de 2 ou mais secções ou cortes estratigráficos, de intervalo de tempo semelhante.


Unidades equivalentes (correlativas) ou sincrónicas:

  • Se houver continuidade ou passagem lateral entre elas;
  • Se as unidades, mesmo de fáceis diferentes, estiverem enquadradas por outras equivalentes;
  • Se contiverem fósseis característicos da mesma idade;
  • Se forem da mesma idade segundo determinações radiométricas.

O estabelecimento de correlações resulta da comparação de características das unidades litológicas:

  • Relações geométricas;
  • Litologia;
  • Conteúdo paleontológico;
  • Sedimentologia;
  • Geofísica;
  • Geoquímica;
  • Paleomagnetismo;
  • Geocronologia isotópica;
  • Geomorfologia;
  • Paleossolos.

Correlação Local – permite reconstruir a geometria das unidades litostratigráficas, 
variações laterais, e a sua posição no tempo.

Correlação Regional – permite efectuar a análise estratigráfica da Bacia e o estudo paleogeográfico da mesma.

Correlação Global - contribuição de dados para a coluna estratigráfica “ideal” (global) da Terra;
               - Verificar se existem particularidades (fenómenos ou eventos) globais.


Tipos de correlação

Biocorrelação - estabelece a correspondência entre duas rochas com fósseis, com base na presença de determinados fósseis e a sua posição bioestratigráfica. A biocorrelação rege-se pelos biohorizontes da primeira aparição à última presença de fósseis caracteristicos, em diferentes secções estratigráficas.

Fig. 1 - Exemplo de Biorrelação 


Litocorrelação - estabelece correspondência pelo carácter litológico e pela posição litoestragráfica de duas rochas. Neste tipo de correlação, compara-se as unidades litoestratigráficas presentes em cada uma das secções estratigráficas e os níveis específicos de litologias dentro das mesmas.


                                                                    Fig. 2 - Exemplo de litocorrelação 


Cronocorrelação - correlaciona superfícies isócronas e o reconhecimento da sua posição cronoestratigráfica. Consiste na comparação temporal de duas ou mais secções estratigráficas, para o qual se selecciona os recursos estratigráficos que indiquem simultaneidade e facilitem o estabelecimento da correspondência de todas as unidades estratigráficas representadas.

Métodos de correlação


Critérios que facilitem a demonstração de equivalência de unidades estratigráficas ou de superfícies de estratificação:

  1. Físicos
·         Autocorrelação (cortes, perfis sísmicos);
·         Litocorrelação (mudanças litológicas bruscas, níveis guia, estudos de laboratório);
·         Magnetostratigrafia e diagrafias (propriedades físicas);
·         Radiométricos;
·         Litostratigráficos (superfícies de estratificação peculiares, fenómenos comuns, isócronos).

  1. Paleontológicos
·         Paleoecológicos;
·         Biocorrelação(primeira e última ocorrência).


Referencias Bibliográficas:

Vera Torres, J A (1994), Estratigrafia, Principios y Métodos. Madrid: Editorial Rueda.






Ciclos Eustáticos

Eustasia - Este termo refere-se aos movimentos verticais que ocorrem ao nível dos oceanos, ou seja, às oscilações no nível do mar que afectam o volume de água e o tamanho das bacias oceânicas ao longo do tempo. Designa-se por ciclo eustático, ao intervalo de tempo onde ocorreu uma subida e descida do nível do mar.



 Fig. 1 - variação do nível eustático


Causas das modificações do nível eustático:


  1. A nível global
·         Alterações na taxa de crescimento das dorsais oceânicas (taxa de expansão oceânica);
·         Etapas orogénicas;
·         Hotspots (pontos quentes);
·         Aumento/Redução das calotes polares em consequência das alterações climáticas:
-          degelo, proca a subida do nível do mar(Transgressão);
-          glaciação, provoca a descida do nível do mar(Regressão).


  1. A nível local
·         Levantamento continental e aumento no acarreio sedimentar;
·         Subsidência.



Classificação:

·         Ciclos de 1ª ordem(Megaciclos): são limitados por mudanças tectónicas de grande expressão tais como a ruptura de supercontinentes e subsequente redistribuição das placas;
·         Ciclos de 2ª ordem(Superciclos): baseiam-se nos depósitos e enchimento de uma ou mais bacias sedimentares. Os seus limites são definidos por abaixamentos bruscos do nível do mar;
·         Ciclos de 3ª ordem: são definidos por mudanças relativas do nível do mar, resultantes de factores globais ou regionais, sendo estes factores dos tipos tectónico ou climáticos.


                                 Fig. 2 - Curva hipotética das variações globais do nível do mar            

A partir do estudo de uma sequência de corpos líticos pode-se verificar períodos de transgressão(avanço do nível do mar) ou regressão(recuo do nível do mar).

Numa sequência positiva, diminuição granulométrica da base para o topo, caracteriza-se por transgressão marinha. No caso contrário, numa sequência negativa, caracteriza-se por regressão marinha. 


                                 Fig. 3 - Representação de uma transgressão marinha



                                        Fig. 4 - Representação de uma regressão marinha 




Uma sequência regressiva completa tem início (a considerar primeiramente as fáceis do muro) com associações de fáceis de meios marinhos pelágicos, segue com associações de fáceis de meios marinhos, de seguida de meios costeiros, e termina com fáceis de meios continentais. Uma sequência transgressiva começa com associações de fáceis de meios continentais, a considerar o início o muro, e termina com fáceis de meios marinhos pelágicos.



Referências Bibliográficas:

- Vera Torres, J A (1994), Estratigrafia, Principios y Métodos. Madrid: Editorial Rueda.
- Desconhecido. (2012). Retirado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Eustasia.
- Mariana Pinto. (2010). Retirado de : http://espacogeologia.blogspot.pt/2010/12/ciclos-eustaticos.html
-Marta Lamelas. (2010). Retirado de: http://estratpalo.blogspot.pt/